Os 7 pecados capitais do diabetes

janeiro 16, 2016



1. Ir dormir com a glicemia abaixo de 100 mg/dL

Isso é sinônimo de hipoglicemia noturna. Já passei por isso e todas as vezes que assumi o risco de dormir com a glicemia abaixo de 100, eu tive hipoglicemia no meio da madrugada.

2. Ter uma crise de hipoglicemia e comer tudo que aparece pela frente

Para mim, esse item está muito ligado ao item acima. Todas as vezes que tenho uma hipoglicemia noturna, minha glicemia em jejum acorda lá nas nuvens, chegando perto da casa dos 200!

Quando a gente tem uma crise de hipo, às vezes a glicemia demora um pouco para subir, ultrapassando os 15 minutos de espera, e a gente fica impaciente, e começa a devorar todos os doces que estão ao alcance, como se não houvesse amanhã! Resultado: uma hipoglicemia seguida de hiperglicemia.

Gente, isso não compensa. Mantenha a calma, porque se você ingeriu 15g de carboidratos indicados (suco de laranja, refrigerante comum, 3 balas etc.), ela vai subir sim.

3. Não medir a glicemia com frequência

Atualmente, eu uso o sensor de glicose, que faz conexão com a bomba de insulina da Medtronic. Por isso, toda hora eu vejo como está minha glicemia pela bomba. Mas para esse processo funcionar, eu preciso “calibrar” a bomba 3 vezes ao dia. Ou seja, pelo menos 3 vezes ao dia eu preciso medir a glicemia com o glicosímetro para obter uma medição correta, inserir esse “número” da minha glicemia na bomba, para confirmar uma boa conexão com o sensor e o restante do dia o sensor vai “lendo” minha glicemia.

Maaaaaas, por 7 anos minha vida não foi dessa forma. E medir a glicemia com frequência sempre foi primordial para o bom controle. Se a gente não mede a glicemia, como vamos conseguir manter o controle?

4. Ficar um longo tempo sem comer

Ou vai dar hipo ou vai dar hiper. Um dos dois é certo!

5. Ingerir bebida alcoólica e não comer

Tive um dos meus piores dias por causa desse item. Na festa de formatura da minha irmã, eu bebi, comi pouco (porque os salgadinhos eram de peixe e eu não sou fã de peixe) e fui pra casa dormir. Medi a glicemia, estava alta, então fiz a correção com a insulina Humalog, e apliquei a dose matutina da NPH que eu usava na época, antes da bomba de insulina. 

Enfim, litros de insulina quando o álcool por si só já ia fazer minha glicemia cair. Pra fechar com chave de ouro: não tinha comido quase nada então não tinha carboidrato no corpo pra fazer a glicemia subir. Dormi e quando acordei estava no hospital, tive uma hipoglicemia noturna severa, nem sequer acordei.

Então crianças, muito cuidado. Eu já aprendi minha lição!

6. Sair de casa sem conferir como está o reservatório da bomba de insulina

Maior cilada! E já aconteceu comigo. A questão é que conviver com o diabetes é um aprendizado constante, de verdade. Então, eu aprendi a me prevenir de várias formas: no meu trabalho eu tenho 1 reservatório, 1 kit de infusão, 1 aplicador e 1 ampola de insulina para casos de emergência.

Mas não conferir o reservatório da bomba antes de sair é muito perigoso, porque se a insulina do reservatório acaba, corremos o risco de ficar um longo período do dia sem insulina. A bomba de insulina é um aparelho extremamente inteligente, ele marca a quantidade de insulina no reservatório e o dia que ele foi trocado. Portanto, não custa dar uma conferida na bomba e não use a desculpa que “esqueceu” que hoje era o dia de trocar o reservatório da sua bomba.

7. Não fazer o rodízio nos lugares de aplicação corretamente

Aplicar insulina sempre nos mesmos lugares ocasiona lipodistrofia, e eu já falei um pouquinho sobre isso em outro post, leia aqui.

No caso da bomba de insulina, o rodízio deve ser feito a cada 3 dias. Ainda assim, têm vezes em que parece que falta lugar para aplicar, eu mesma tenho essa sensação até hoje. E como não uso os braços para aplicar insulina, parece que as opções de lugares diminuem ainda mais. Mas é sempre bom ficar atento às “marquinhas” que a última aplicação deixou: ela é um indício de lugar onde não devemos aplicar por um tempo, até que cicatrize direitinho.

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